O sol esquenta minha solidão.
A chuva destila a tristeza da viúva.
Somos iguais: só precisamos de paz,
faça chuva ou faça sol.
E o tempo está indeciso
com tanta informação a processar.
Ele corre rápido demais
e então acaba num vazio.
Aí eu resolvo meditar,
e então uma fresta se abre
entre o passado e o futuro.
Eu me dou espaço
e ganho este presente.
Desço numa estação
e dentro dela me situo.
De lá vejo tragédias acontecerem,
e outras coisas sem sentido.
Recalculo minha rota.
Pegar outro ônibus
na próxima oitava,
na dimensão vizinha,
na frequência ajustada
ao novo mundo
que emerge silenciosamente
com força infinita.