humana possível
joio, intriga
morta vida
medo e delírio…
abismo de mente
entupida de concreto.
uma maltrapilha com
acesso a uma fantasia orgânica
resolve aproveitar
uma chance
para se erguer,
enquanto ainda pode sentir
que pertence ao mundo
e lhe tem algo a oferecer.
se for bastante cuidadosa
e aproveitar algum toque divino,
verá suas chances crescerem
len ta men te.
ela precisará transformar sua loucura
em disciplina.
cansada de bater cabeça, ligará a ela
um dínamo:
deverá virar águia no meio
da queda livre.
precisará então abrir mão
de seus trapos imundos,
ao modo da parábola:
por increça que parível
esse é um sinal
de verdadeira conversão.
e, aí, quem sabe, poderá ser útil
à silenciosa revolução.
claro que é a educação.
mas em qual acepção da palavra?
e se a criança – (mesmo a mais idosa)
fosse o centro da aprendizagem
e os professores vissem em seus alunos
traços das crianças ideais?
(amigos com quem seu guri
Interior gostaria de brincar)
não temesse a sua potência, mas
reverenciasse o átimo do aprendizado
no brilho de seu olhar?
corrigisse seus erros como um colega que
diz: assim é bem mais divertido?
terá pela frente íngreme subida.
obstáculos de versos e variegados:
iniciação pirogênica e pirosófica,
ar rarefeito, efeito raro
de um ar hilariante
em direção ao sublime.
é preciso nascer de novo.
reencarnar em vida;
e, depois de atravessar o deserto,
de alimento fresco fazer-se provida.
(festa no céu)
coragem para perdoar e esquecer.
começar do zero a cada dia.
ter equilíbrio para manter-se em paz
e disposição para a proteger
com amorosas unhas e dentes.
sintonizar-se-á
à freqüência de outros planetas.
ela já está a ser anunciada
por estridentes trombetas
(para quem tem ouvidos).
aos poucos,
ela e seus colegas
invadem os ocos da Terra,
até lhe virar ao avesso.
começo de nova era.